![]() |
iCHSTM 2013 Programme • Version 5.3.6, 27 July 2013 • ONLINE (includes late changes)
Index | Paper sessions timetable | Lunch and evening timetable | Main site |
O presente trabalho faz parte de uma pesquisa de doutorado sobre a medicina mental nas relações científicas de Brasil-Alemanha (1919-1945). O estabelecimento das relações entre a medicina mental brasileira e alemã, data da virada do século XIX para o XX, sob a agenda de trabalho do Dr. Juliano Moreira (1873-1933), diretor do Hospício Nacional de Alienados (1903-1930), no Rio de Janeiro, capital federal do Brasil. A partir de uma bolsa de estudos para a Europa, Moreira conheceu Emil Kraepelin (1856-1933) e sua Escola em Munique. Desde então, Moreira retornara diversas vezes a Alemanha, estabelecendo um estreito vínculo dos com médicos alemães. Junto com Afrânio Peixoto (1876-1947), Ulysses Vianna, Antônio Austregésilo (1876-1960) e outros, Moreira liderou um projeto de re-apropriação e difusão, no Brasil, da medicina mental alemã, principalmente, a kraepeliana. Após a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e o Tratado de Versalhes (1919), a Alemanha se aproximou da América Latina como uma estratégia econômica e de divulgação científica. Assim, a partir dos anos 1920, organizou-se uma intensa rede de trocas científicas entre médicos brasileiros e alemães, a partir da qual circulavam conhecimentos e pesquisas que buscavam abordar as doenças mentais e nervosas como fenômenos orgânicos e cientificamente explicáveis. Em igual medida, eram frequentes os debates sobre os problemas nacionais e sociais da raça, da degeneração e da hereditariedade que exigiriam medidas profiláticas e eugênicas. Dessa forma, o escopo desta apresentação é analisar a circulação de médicos, pesquisas científicas e conhecimentos sobre a neuropatologia e eugenia, entre os médicos do Rio de Janeiro, Munique e Hamburgo, no período de 1919 e 1933. Com esse intuito, empreenderemos uma história intelectual e transnacional da medicina, a partir da qual investigaremos a rede teuto-brasileira da medicina mental. Para tanto, analisaremos um corpus documental composto por congressos nacionais, latino-americanos e internacionais; viagens científicas; cursos de médicos; correspondências; mas, principalmente, periódicos especializados em psiquiatria, neurologia e eugenia, de veiculação nacional e internacional (Arquivos Brasileiros de Neuriatria e Psiquiatria; Arquivos Brasileiros da Liga Brasileira de Higiene Mental; Revista Médica de Hamburgo e Revista Germano-Ibero-Americana; Zeitschrift für die Gesamte Neurologie und Psychiatrie; Deutsche Zeitschrift für Nervenheilkunde).
This work is part of a PhD research and it is about the mental medicine in the scientific relationship between Brazil and Germany (1919-1945). The establishment of the Brazilian and German mental medicine relationship occurred in the end of 19th century and the beginning of 20th century, through the Dr. Juliano Moreira’s (1873-1933) agenda, as director of the National Asylum (1903-1930), in Rio de Janeiro, Brazilian’s federal capital. With one scholarship to study in Europe, Moreira met Emil Kraepelin (1856-1933) and his psychiatry school in Munich. Since then, Moreira had returned several times to Germany, establishing a close link with German doctors. In partnership with physicians Afrânio Peixoto (1876-1947), Ulysses Vianna, Antônio Austregésilo (1876-1960) and others, Moreira led a project of re-appropriation and diffusion of German mental medicine, in Brazil, mainly the Kraepelin’s ideas. After the First World War (1914-1918) and a despite of the Treaty of Versailles (1919), Germany became closer to Latin America, as economic and as scientific strategy. Thus, in the 1920’s, the Brazilian and German medicine network became more intensive, with the circulation of physicians, knowledge and practices. Those physicians aim to scientifically explain the mental and nervous diseases as organic phenomenon. Therefore we can find strong debates about national and social issues of race, heredity and degeneration which would require prophylactic and eugenic measures. In this way, the scope of this presentation is to analyze the circulation of scientific research and expertise on neuropathology and eugenics, among Rio de Janeiro’s, Munich’s and Hamburg’s physicians, since 1919 to 1933. As transnational and intellectual history of medicine, we will investigate the movement of physicians, knowledge and practices in the German-Brazilian network of mental medicine. To do that, we will investigate an extensive sources: National, Latin American and international Congress; scientific voyages; medical courses; letters; but, mainly, journals in Psychiatry, Neurology and eugenics (Arquivos Brasileiros de Neuriatria e Psiquiatria; Arquivos Brasileiros da Liga Brasileira de Higiene Mental; Revista Médica de Hamburgo e Revista Germano-Ibero-Americana; Zeitschrift für die Gesamte Neurologie und Psychiatrie; Deutsche Zeitschrift für Nervenheilkunde).